Democracia liberal capitalista - uma contradição nos termos
A crítica às democracias liberais pode ser formulada através de um conjunto de perguntas retóricas - as tais que induzem de forma enfática a resposta.
Assim, por exemplo, pode bem perguntar-se se é possível considerar democráticos
países:
- Que não investem em serviços públicos essenciais, tais como
educação, saúde e segurança social;
- Em que a desigualdade e a injustiça social são gritantes;
- Nos quais os negócios dos privados prosperam escandalosamente
enquanto a maioria da população se vê em sérias aflições para sobreviver;
- E cereja no topo do bolo, países nos quais os Media
estão concentrados nas mãos de meia dúzia de corporações que constroem as
narrativas de acordo com os interesses das elites dominantes.
A resposta parece óbvia, não podem: não são de facto democracias
porque nestas governa o povo, no mínimo através de representantes que levam a sério
o interesse deste e não o de meia dúzia de figurões – o povo é quem mais
ordena, como dizia o poeta!
Por isto, na impossibilidade prática de mudar o nome,
acrescentemos sempre: democracias liberais capitalistas; esta designação denuncia
a farsa, na justa medida em que ela própria contém uma contradição nos termos. Até pelo modus faciendi, o capitalismo encontra-se nos antípodas da democracia,
daí que uma democracia capitalista é um absurdo, um oxímoro, como dizem os mais
eruditos…
Mas lamentavelmente nem todos se colocam essas questões, nem
todos são bons em lógica e, como existem partidos políticos, eleições e
representantes eleitos, etc. acabam por tomar as aparências por realidade, ou
porque lhes dá jeito e apazigua as suas consciências, ou porque não percebem o
embuste, ou porque, se percebem, já se resignaram e procuram o conforto do
reino dos céus.
E assim vai o mundo!!!
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